Com a chegada das festas de final de ano, cresce a preocupação com o aumento de casos de COVID-19 na região. Em municípios como Ibirubá, a falta de acesso a testes rápidos gratuitos tem dificultado a identificação de novos casos e contribuído para a subnotificação da doença.

Segundo relatos de moradores de Ibirubá, muitas pessoas têm procurado a unidade básica de saúde em busca de testagem, mas, devido às restrições nos protocolos, os testes só estão sendo realizados em casos excepcionais, mediante avaliação médica. Aqueles que não conseguem acesso gratuito são orientados a buscar farmácias ou laboratórios particulares, onde o custo médio do exame é de R$ 90,00. Essa situação tem levado muitos a desistirem do teste, mesmo apresentando sintomas, o que aumenta o risco de transmissão do vírus.

A reportagem entrou em contato com a enfermeira Joice Marques, responsável pelo setor de vacinas em Ibirubá, ela esclareceu que as mudanças nos protocolos, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar o fim da emergência global da COVID-19 em maio de 2023, reduziram a oferta de testes gratuitos. Ela destacou, porém, que os grupos de risco, como idosos, gestantes e imunossuprimidos, ainda têm prioridade para testagem nas unidades de saúde. Além disso, todos os casos confirmados devem ser notificados, independentemente de onde o teste foi realizado.

Já em Quinze de Novembro, a situação é abortada de uma forma diferente e exemplar. Em contato com a coordenadora de saúde, Simone Graciele Althaus, ela nos explicou que todos os pacientes com sintomas gripais têm acesso imediato aos testes de COVID-19, Influenza A e B ainda durante a triagem. Essa abordagem proativa resultou na identificação de 25 casos positivos de COVID-19 em novembro, com cerca de 110 testes realizados. Em dezembro, foram realizados 50 testes (até a sexta-feira, 27), com 10 casos positivos confirmados. "Testamos todos os pacientes que chegam ao posto com sintomas gripais mais fortes, para evitar uma maior contaminação", explicou Simone.

A enfermeira Joice Marques também reforçou a importância da vacinação: "As vacinas continuam sendo a principal defesa contra a COVID-19. A comunidade é incentivada a manter o esquema vacinal atualizado, enquanto as unidades de saúde monitoram a situação epidemiológica com os recursos disponíveis."

Vale reforçar que a conscientização e a responsabilidade individual são fundamentais para evitar que as festas de final de ano se tornem um ponto de partida para uma nova onda de contaminações.

Com a escassez de testagem e aumento de casos, especialistas reforçam a necessidade de medidas de prevenção, como:

Uso de máscaras, especialmente por sintomáticos e contactantes;

Isolamento em caso de sintomas respiratórios até remissão completa;

Vacinação conforme o calendário vigente;

Evitar aglomerações e contato com pessoas de grupos de risco.

A subnotificação de casos é uma preocupação real. Segundo autoridades de saúde, fatores como custo elevado dos testes e a desinformação têm contribuído para a propagação silenciosa do vírus.

Dica de cuidado: se apresentar sintomas gripais, mesmo sem acesso imediato ao teste, mantenha o isolamento e adote todas as precauções para evitar a transmissão do vírus. Para diagnóstico mais acessível, autotestes de COVID-19 estão disponíveis em farmácias e podem ser uma alternativa viável.

Por Raquel Balin Corrêa
Rádio CBS FM/Revista Viral

Fonte: CLIENT