23 de setembro de 2025 às 09:05
Câmara debate contribuição de melhoria da Rua Júlio Rosa

Secretário da Fazenda explica que cobrança decorre de lei aprovada em 2020 e de falhas administrativas da gestão anterior
A sessão da Câmara de Vereadores de Ibirubá nesta semana foi
marcada pela presença do secretário municipal da Fazenda, Jair Luís
Scorteganha, convocado para esclarecer dúvidas sobre a cobrança da contribuição
de melhoria referente à pavimentação da Rua Júlio Rosa. O tema mobilizou
moradores e parlamentares, que questionam a forma como o processo foi
conduzido.
Scorteganha reforçou que a cobrança não é uma decisão da
atual administração, mas sim consequência de lei aprovada ainda em 2020, na
gestão anterior, e que não teve seus empenhos realizados corretamente. "Esse
impasse foi deixado pela gestão anterior, que não fez os empenhos dentro dos
prazos. Hoje nós temos que dar sequência, porque a lei existe e precisa ser
cumprida", destacou.
O secretário explicou que o valor total da obra foi de
aproximadamente R$ 4,7 milhões, mas a cobrança aos moradores está vinculada
apenas à valorização imobiliária identificada, estimada em torno de R$ 2,3
milhões — cerca de 56% do custo. "Não estamos cobrando o valor integral da
obra. Existe um laudo técnico, com mais de 30 páginas, que aponta a valorização
dos imóveis após a pavimentação. O que está sendo cobrado é esse percentual
definido pela comissão de avaliação", disse.
Jair também detalhou que houve um acordo formalizado entre
município e proprietários, registrado em cartório, para indenização de áreas
desapropriadas destinadas ao alargamento da via e implantação de canteiro
central. O valor devido, de R$ 1,655 milhão, ficou abaixo do que seria justo de
acordo com avaliações oficiais — entre R$ 2,5 milhões e R$ 2,6 milhões. "Se
fosse pago o valor real da área desapropriada, o município teria que
desembolsar cerca de um milhão a mais. Esse acordo foi feito de forma legal,
mas infelizmente não foi empenhado pela administração da época, e a pendência
ficou para nós resolvermos", explicou.
O secretário ainda ressaltou que compreende a insatisfação
dos moradores, mas que não há margem de manobra para descumprir a legislação.
"Eu estou secretário, e enquanto estiver aqui vou cumprir a lei. Como cidadão,
eu não gostaria de cobrar ninguém, mas a responsabilidade que temos dentro do
Executivo é muito grande. Não podemos brincar de ter secretaria, precisamos
assumir nossas atribuições. Essa contribuição de melhoria não foi criada pela
atual gestão, está na lei e precisa ser executada", afirmou.
O processo segue em análise jurídica, com notificações
extrajudiciais já encaminhadas ao município. Cabe agora à administração avaliar
as contestações apresentadas e definir os próximos passos em relação à
cobrança.
Fonte: CLIENT