11 de abril de 2025 às 09:57

Sem celulares, recuperamos o sentido da escola


Há pouco mais de três meses, eu escrevia para este espaço, feliz e muito realizado, celebrando a sanção da Lei Federal nº 15.100/2025, que passou a restringir o uso de celulares, tablets e eletrônicos nas escolas de todo o país — um projeto de minha autoria no Congresso Nacional, com aprovação absoluta dos deputados e senadores. O que talvez nem o mais otimista pudesse imaginar é que, em tão pouco tempo, a proposta surtisse efeitos transformadores no dia a dia das famílias e comunidades escolares.

A reportagem do Jornal do Almoço, exibida em 31 de março deste ano, retrata muito bem essa nova realidade. Crianças e jovens de uma geração que nasceu com a tecnologia na ponta dos dedos de repente descobriram que a vida na escola reserva um sentido muito mais puro e verdadeiro além das telas: brincam de pega-pega, futebol, amarelinha, entre outras atividades recreativas que resgatam a essência da interatividade entre os colegas desde a infância.

Os próprios professores, livres de uma concorrência que era desleal, têm hoje a oportunidade de implementar dinâmicas que estimulam esse convívio social também em sala de aula, mas que ao mesmo tempo aguçam a curiosidade como mãe da inteligência, projetando a escola como espaço de descoberta e o aluno para um aprendizado muito mais assertivo.

O fato de não utilizar os eletrônicos não pode servir como zona de conforto. Afinal, eles permanecem importantes aliados no projeto didático-pedagógico. A lei é ponto de partida para uma profunda discussão sobre como oportunizar o uso da tecnologia de forma adequada e consciente para tornar as escolas mais atrativas, promover a igualdade de oportunidades e reduzir os abismos que ainda existem entre as redes pública e particular.

É evidente que o processo será longo e enfrentará resistências, mas o objetivo começa a ser cumprido: será nesse ambiente, mais humano, atento e focado, que a educação cumprirá o seu papel de formar cidadãos competitivos, preparados para o mundo e os desafios do mercado de trabalho.

Fonte: CLIENT

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