23 de junho de 2025 às 08:56
Visitas às famílias acolhedoras em Ibirubá reforçam projeto na comarca

A foto mostra um grupo de sete pessoas reunidas em uma sala com paredes verde-claro e teto branco. Algumas estão em pé e outras sentadas. Um dos presentes veste terno, enquanto outra pessoa segura um caderno rosa. Ao fundo, há um relógio na parede marcando aproximadamente 10h10. Os rostos foram propositalmente desfocados para preservar a identidade dos participantes.
Com o objetivo de valorizar o trabalho das famílias acolhedoras e incentivar a adesão de novos participantes, o Juiz de Direito da Comarca de Ibirubá, João Gilberto Engelmann, o Promotor de Justiça Arthur Moreno e o Defensor Público Victor Hugo Machado realizaram, no dia 18/6, visitas aos lares que integram o Projeto Famílias Acolhedoras na Comarca de Ibirubá.
Atualmente, a comarca conta com três famílias acolhedoras cadastradas, duas das quais estão, neste momento, com crianças sob seus cuidados. A iniciativa busca fortalecer a rede de proteção às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, oferecendo a eles um ambiente familiar, afetuoso e seguro durante o período em que estão afastados de seus lares de origem por decisão judicial.
A visita faz parte de uma ação conjunta entre as instituições da comarca para promover o engajamento da comunidade e ampliar o número de famílias participantes. "Foi uma ideia que o Ministério Público, a Defensoria Pública e eu tivemos para fortalecer o projeto e estimular novos cadastros. Queremos valorizar quem já faz parte e mostrar à sociedade o quanto esse gesto é importante", explicou o Juiz João Engelmann. Segundo ele, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública também têm se colocado à disposição para prestar esclarecimentos e auxiliar tanto os participantes já cadastrados quanto os potenciais novos acolhedores.
De acordo com o magistrado, o município não dispõe de casas de acolhimento institucional, o que, até então, exigia o encaminhamento das crianças para cidades vizinhas, como Lagoa Vermelha. Nesse contexto, o projeto permite que os menores permaneçam em Ibirubá, inseridos na comunidade e integrados à rotina familiar. "Dentro do sistema de proteção das crianças e adolescentes, o trabalho das famílias acolhedoras expressa carinho, atenção e cuidado. É uma função especial, vocacionada e, sobretudo, fundamental para mantermos essas crianças protegidas no local em que nasceram", destacou o magistrado.
Ele também explicou que as famílias acolhedoras recebem uma ajuda de custo equivalente a um salário mínimo por criança, conforme regulamentação do Tribunal de Justiça do Estado. Além disso, o projeto conta com o apoio de assistentes sociais e psicólogos do município, que atuam na divulgação e orientação às famílias interessadas.
Durante a visita, cada uma das famílias acolhedoras estava responsável por duas crianças, proporcionando cuidado, proteção e afeto em um momento delicado de suas vidas. O Defensor Público Victor Hugo Machado destacou o impacto positivo da iniciativa: "Em vez da institucionalização, essas famílias oferecem amor e carinho, fundamentais durante esse processo tão sensível".
O Promotor de Justiça Arthur Moreno também enfatizou a relevância do projeto: "As famílias acolhedoras realizam um trabalho essencial para a sociedade de Ibirubá. O mais importante é o amor e o acolhimento que oferecem às nossas crianças e adolescentes".
Projeto Famílias Acolhedoras
O Projeto Famílias Acolhedoras é uma alternativa à institucionalização prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e tem como objetivo garantir que crianças afastadas judicialmente de seus lares possam permanecer em ambiente familiar até que sua situação seja regularizada. A iniciativa reforça o compromisso do sistema de Justiça com a proteção integral da infância e juventude, e busca sensibilizar mais famílias a se tornarem parte dessa rede de cuidado, proteção e solidariedade.
Créditos: Divulgação DICOM/TJRS
Na Foto: Da esq. para a dir.: Promotor de Justiça Arthur Moreno, casal acolhedor, Juiz João Gilberto, Secretaria de Assistência Social Ana Salete Spengler. Na frente: Fábio Cocco (assistente social) e Victor Hugo Machado (Defensor Público)
Fonte: CLIENT